quarta-feira, 29 de setembro de 2010

REPORTAGEM "VERGONHA A A A A A....."

26/09/2010

Polícia Civil usa caixa 2, afirma empreiteiro

Folha de S.Paulo
A Polícia Civil de São Paulo pagou R$ 40 mil a um empreiteiro, em cédulas, sem exigir recibo ou nota fiscal, segundo depoimento dele à Corregedoria. Dinheiro vivo e ausência de recibo são características clássicas de caixa dois. O episódio ocorreu em outubro do ano passado, no 9º andar do Palácio da Polícia, onde funciona a cúpula da Delegacia-Geral, na região central de São Paulo, de acordo com relato do empreiteiro Wandir Falsetti.
"Recebi em numerário, em dinheiro vivo. Nunca tinha visto isso antes", disse ele em entrevista à reportagem.
O dinheiro, segundo Falsetti, foi entregue pelo delegado Marcus Vinicius Vieira, de um órgão chamado Apafo (Assistência Policial para Assuntos Financeiros e Orçamentários).
O empreiteiro conta que sua empresa reformou em 20 dias o prédio que desde fevereiro de 2009 abriga o Denarc (Departamento de Narcóticos), no Bom Retiro (região central).
A obra, orçada em R$ 200 mil, foi realizada sem licitação ou qualquer outro documento oficial, segundo o delegado Everardo Tanganelli Jr., chefe da divisão de narcóticos até fevereiro de 2009.
Montana
Os próprios policiais ajudaram a pagar a mudança e parte da reforma, afirma Tanganelli Jr. Ele diz ter dado R$ 20 mil para o empreiteiro.
O chefe dos investigadores entregou um carro, uma Montana 2007, no valor de R$ 28 mil. Outros três policiais também deram dinheiro, diz o empreiteiro.
Tanganelli Jr. e os policiais que pagaram parte da obra estão sob investigação da Corregedoria da Polícia Civil.
Para a Corregedoria, policiais que dão dinheiro tentam, um dia, recuperar os valores. O delegado diz que pagou porque não tinha saída. "Paguei porque precisava trabalhar".
Tanganelli Jr. foi afastado do Denarc no início do ano passado pelo secretário da Segurança, Antonio Ferreira Pinto, por causa das sucessivas suspeitas de que policiais de sua equipe recebiam propina de traficantes de droga.

REPORTAGEM VELHO E CONHECIDO PROBLEMA DA CATEGORIA A FALTA DE RESPEITO COM O PROFISSIONAL.

25/09/2010

Polícia Civil pede reajuste de adicional

Bernardo Moura
do Agora
A Afpcesp (Associação dos Funcionários da Polícia Civil do Estado de São Paulo) pediu na Justiça a suspensão do congelamento do adicional de insalubridade para toda a categoria. O pedido de liminar (decisão provisória) será analisado pela 5ª Vara da Fazenda Pública.
De acordo com Lucy Lima Santos, presidente em exercício da entidade, a ação foi baseada em recente decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) --revelada pelo Agora no início da semana-- que mandou o governo do Estado reajustar o benefício por insalubridade dos filiados à Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar.
A sentença do Supremo reafirma que é proibida a indexação de reajustes de benefícios ao salário mínimo. Mas ressalta que, enquanto a administração não estabelecer um novo cálculo, o aumento pelo piso deverá ser mantido.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

domingo, 26 de setembro de 2010

MAIS UMA PARA A PREFEITURA DE SÃO DE PAULO DELEGAR A PMESP (COMPRA DE MERENDA ESCOLAR)

24/09/2010

Empresário da merenda é preso na rua

Folha de S.Paulo
Investigado sob suspeita de fraudar processos licitatórios para o fornecimento de merenda escolar, o empresário Eloizo Gomes Afonso Durães, dono da SP Alimentação, foi preso preventivamente na manhã de ontem pela Polícia Civil em Higienópolis (região central de São Paulo).
A prisão do empresário ocorreu quando ele deixava o prédio onde mora, na rua Rio de Janeiro, um dos endereços mais caros de São Paulo, para fazer sua caminhada matinal pelas ruas de Higienópolis.
Ao todo, 12 policiais civis do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), participaram da operação para prender Durães --que, inicialmente, tentou não entrar no carro da polícia e foi algemado, segundo a corporação.
De acordo com investigação do Ministério Público Estadual, a máfia da merenda escolar pode ter pago cerca de R$ 300 milhões para funcionários de 35 prefeituras em propinas num esquema de desvio de verbas públicas da merenda escolar.
Prefeituras
De acordo com a Promotoria, são prefeituras em vários Estados, inclusive a de São Paulo. O esquema investigado começou em 2001.
Ao todo, seis empresas terceirizadas que forneciam alimentação para colégios municipais são investigadas, uma delas é a SP Alimentação, do empresário Durães.
Pela investigação, as empresas são beneficiadas fraudulentamente nas licitações das prefeituras. Em troca, pagam de 5% a 15% dos valores recebidos a funcionários municipais corruptos e também davam notas fiscais falsas.
Os suspeitos também são investigados sob a suspeita de financiar irregularmente campanhas políticas em cinco Estados (SP, RJ, PR, RS e ES). Os financiamentos políticos foram em 21 cidades.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Incêndio atinge favela do Real Parque na zona sul de SP
Só tenho a roupa do corpo. Não tenho mais nada, afirmou ao iG o jardineiro José da Silva
Nara Alves/iG | 24/09/2010 10:45 - Atualizada às 12:11
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Um incêndio de grandes proporções atinge a favela Real Parque, na zona sul de São Paulo. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo teve início por volta das 10h. Quatorze viaturas estão no local para combater as chamas.
Segundo o médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Rodrigo Coaglio, até o momento não há registro de vítimas graves. "Apenas três pessoas foram atendidas por nervosismo e não houve necessidade de encaminhá-las ao hospital", afirma. Seis equipes estão de prontidão com quatro motos, uma unidade básica e uma unidade avançada. Ainda de acordo com Coaglio, hospitais da região estão em alerta para o atendimento de possíveis vítimas.

Foto: Futura Press
Bombeiros combatem as chamas na favela Real Parque
O fogo se alastrou rapidamente, atingindo a vegetação da favela e atravessando a rua Cesar Valejo. A maior preocupação dos bombeiros é que as chamas cheguem até um depósito de papelão que fica próximo ao local.
Moradores estão utilizando água de caixas d´água para molhar os barracos. É uma tentativa de evitar que o fogo queime suas casas. Às 12h05 começou a chover.

Foto: Futura Press
Moradores da favela do Real Parque fogem do fogo que atingiu local nesta sexta-feira
O porteiro José Rinaldo chamou os bombeiros às 9h55 quando o fogo começou. Ele trabalha em um prédio que fica atrás da favela e é morador da comunidade. “Estava trabalhando no prédio de trás e vi quatro crianças, que estavam brincando, sairem correndo de um barraco que estava pegando fogo."
O porteiro mostrou à reportagem do iG no seu celular o registro da chamada que foi feita às 9h55, ao 193. “Perdi tudo porque o pessoal que ajudou a tirar os meus pertences do barraco roubou tudo.”
O jardineiro José da Silva, morador da comunidade há 10 anos, está arrasado. “Ouvi a notícia pelo rádio e vim correndo. Mas perdi tudo. Agora não sei onde vou morar. Só tenho a roupa do corpo. Não tenho mais nada", afirmou ao iG.

domingo, 19 de setembro de 2010

REPORTAGEM ENQUANTO PM QUER SER GCM EM SÃO PAULO?

17/09/2010

Polícia investiga estupro de jovem em escola

Wellington Alves
do Agora
A polícia investiga o suposto estupro de uma adolescente de 13 anos em uma escola estadual, na zona sul da capital. Ela acusou dois colegas de classe de terem cometido o crime. O ato teria acontecido em agosto, há cerca de um mês, dentro de uma sala vazia.
Segundo a polícia, os dois garotos, de 15 anos, teriam se revezado durante o ato. Segundo o depoimento da suposta vítima, eles teriam também mantiveram outras duas meninas, de 15 e 14 anos, presas na mesma sala.
Os supostos agressores foram levados à delegacia e liberados --já que não houve flagrante do ato.

REPORTAGEM GCM/PRAIA GRANDE

17/09/2010

Criminoso é preso após se esconder em freezer

Rafael Italiani
do Agora
Guardas-civis de Praia Grande (71 km de SP) prenderam na madrugada de ontem um ladrão que estava escondido dentro de um freezer de um quiosque, na avenida Presidente Castelo Branco, no bairro Cidade Oceano. Um outro suspeito de furto também foi preso.
Os agentes receberam um chamado para verificar um possível furto em andamento. Ao chegarem ao local, um dos suspeitos tentou fugir, mas foi preso.
Durante a revista no quiosque, os guardas encontraram o outro suspeito, de 23 anos, escondido dentro de um freezer.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

SERVIÇOS "VITÓRIA DA CATEGORIA

DECRETO Nº 51.788, DE 15 DE SETEMBRO DE 2010
Altera o valor da Gratificação pelo Regime
Especial de Trabalho Policial - RETP,
nos termos do artigo 19, § 2º, da Lei nº
13.768, de 26 de janeiro de 2004.
GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso
das atribuições que lhe são conferidas por lei,
CONSIDERANDO o disposto no § 2º do artigo 19 da Lei nº
13.768, de 26 de janeiro de 2004, que prevê a revisão, mediante
decreto, do percentual da Gratificação pelo Regime
Especial de Trabalho Policial - RETP devida aos servidores do
Quadro da Guarda Civil Metropolitana, respeitados os limites
ali estabelecidos,
D E C R E T A:
Art. 1º. O valor da Gratificação pelo Regime Especial de Trabalho
Policial - RETP devida aos servidores do Quadro da
Guarda Civil Metropolitana - QGC, optantes pelo plano de
carreira instituído na forma da Lei nº 13.768, de 26 de janeiro
de 2004, fica fixado em 80% (oitenta por cento), incidentes exclusivamente
sobre o padrão de vencimento do servidor, a partir
de 1º de setembro de 2010.
Art. 2º. As despesas decorrentes da execução deste decreto
correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas
se necessário.
Art. 3º. Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 15 de setembro
de 2010, 457º da fundação de São Paulo.
GILBERTO KASSAB, PREFEITO
JOÃO OCTAVIANO MACHADO NETO, Secretário Municipal de
Modernização, Gestão e Desburocratização
EDSOM ORTEGA MARQUES, Secretário Municipal de Segurança
Urbana
CLOVIS DE BARROS CARVALHO, Secretário do Governo Municipal
Publicado na Secretaria do Governo Municipal, em 15 de setembro
de 2010.
--
Att.
Fernando Coelho da Vera Cruz
Diretor de Estudos e Pesquisas Sindguardas-SP
Coordenador de São Paulo UNGCM

sábado, 11 de setembro de 2010

reportagem

Davi Damião. Os dengos do guarda civil

Reprodução
O guarda civil metropolitano Davi Damião dos Santos, 40, morto por um colega no dia 2 de maio
O guarda civil metropolitano Davi Damião dos Santos, 40, morto por um colega no dia 2 de maio
Diego Salmen

Terra Magazine publica ao longo desta semana a série "Brasil: guerra urbana" para mostrar as faces ignoradas da violência. Em 30 anos, foram mais de 1 milhão de homicídios registrados. As reportagens contarão as vidas esquecidas de dez brasileiros que não tiveram a chance de concluir desejos ínfimos. O extraordinário cotidiano de homens e mulheres comuns. Nesta segunda-feira, 29, publicamos a oitava história. A de Davi Damião.

***
Veja também:
» Opine aqui sobre a situação da violência no Brasil
» Brasil: uma guerra urbana

1988. Davi, 19, imigrante nordestino na loteria urbana de São Paulo. Partiu de Sertânia, no agreste pernambucano.

2009. Davi, 40, guarda civil na capital paulista. Morto por um colega de trabalho numa base do bairro de Cidade Tiradentes, extremo leste de São Paulo.
Na infinidade de laços de parentesco, era filho de Josefa e Argemiro, irmão da Elisabete, da Arlete, do João, da Adriana e da Eliane. Marido da Irene, pai da Bruna e da Letícia. Padrasto do William. Gordinho chorão, meio dengoso, Davi Damião dos Santos era o mais chegado ao pai, veterinário em Sertânia.
Gramou uma infância modesta em Pernambuco, mas não pertence à leva de retirantes atingidos pela seca. Uma criança tranquila "até demais", nas palavras da irmã Arlete. Os pais nunca precisaram recorrer a métodos mais duros para educá-lo.
Gostava de jogar bola na rua e não perdia um episódio da antiga versão do Sítio do Pica-Pau Amarelo. O ato de assistir TV requeria, porém, um preparo especial na casa dos Santos. Como ainda eram pequenos, Davi e a irmã não conseguiam alcançar o botão que ligava o aparelho, instalado no alto da parede; para isso, tinham de contar com os préstimos do irmão mais velho, assim que este voltava do trabalho.
Na escola, embora não tenha se destacado, esteve longe de passar por último da classe. Fora da sala de aula, o maior susto ficou sendo um supercílio rasgado durante uma brincadeira de "lutinha" nas dependências do colégio. Cumpriu a obrigação de se formar sem repetir de ano.
Mal superou a fase imberbe, e veio o primeiro casamento. Não lhe apetecia a idéia de que a sua donzela fosse mal-vista na cidade. O matrimônio não durou mais que um ano. Hora de migrar.
Sem dar pelota para a inflação, rumou para São Paulo. Ajeitou-se como servente de pedreiro. A metrópole o recepcionou com passagens incômodas por alojamentos de madeirite. Damião trouxe seus quase 1,90m para uma obra no bairro da Vila Prudente. Em seguida, alugou um quarto e cozinha em Itaquera. Sem mobílias, sofá, coisas básicas.

Com o sobrinho e as filhas
Morava com duas irmãs; Davi e Arlete dormiam grudados em Bete, a mais velha, para esquecer o frio das noites de julho. Mandava dinheiro para ajudar a mãe, abalada pela morte recente de Argemiro, o pai. Pouco depois, dona Josefa mudou-se com as filhas mais novas para o interior de São Paulo, onde tratou um câncer.
Vendo de longe o drama da mãe, restou a Davi manter a serenidade no trabalho. Conseguiu um emprego na Philips, em Guarulhos, onde conheceu a tia da futura esposa, Irene. Casaram-se em 1992. Do enlace, duas meninas.
Em meados da década de 1990, prestou concurso público para a Guarda Civil Metropolitana (GCM). A essa altura, já morava com a família em uma casa construída em Cidade Tiradentes. Passou, "com a graça do Senhor"; evangélico, frequentava a igreja Brasil para Cristo - influência da mulher, e até se batizou.
Às vezes sentia-se desconfortável com a profissão. De início, viu uma idosa, dona de um barraco, passar mal durante a reintegração de posse levada adiante pela GCM. Ao chegar em casa, confessou à mãe, aos prantos:
- Essa profissão não é para mim.
"Tinha o coração de manteiga", conta Arlete. Não tardou, no entanto, para que Davi passasse a gostar do ofício. Certa feita, sofreu uma reprimenda por não ter punido um subordinado. Para complementar a renda, foi segurança de bingos nos Jardins, lojas no Itaim Bibi, supermercados na periferia...
Os ponteiros correram; com o movimento deles, as conquistas. O apartamento próprio, na Cohab II, veio em 2006. De volta a Itaquera, iniciou a reforma do antigo sobrado em Cidade Tiradentes; o imóvel ficou para o enteado, então recém-iniciado nas artes da paternidade.

De folga
Um sonho fora realizado, mas Damião queria ir além: planejou fazer uma faculdade de História. Abandonou a idéia por falta de tempo. Ainda assim, o admirador de Elvis Presley e do cantor Edson Cordeiro tirava uma hora do dia pra manter a forma numa academia. E amar as filhas.
Era um marido afetuoso. Num almoço na última Sexta-feira Santa, foi flagrado dando um beijo (de língua) na esposa, nos fundos da casa da mãe. A dona da residência o repreendeu. Ouviu em resposta:
- Tá com ciúme? Vem cá que eu te beijo também!
"Davi estava todo dia na casa da mãe. Ela perguntava: você não tem casa não?", diverte-se a irmã Arlete. "Era uma pessoa brincalhona demais. Dava um abraço tão apertado que doía, fosse você homem ou mulher".
Damião foi baleado no dia 2 de maio, enquanto tentava dissuadir um colega de trabalho do suicídio. Já era guarda de Classe Distinta, patente inferior à de investigador. O autor do disparo, que sofria de depressão, foi alvejado por outros guardas, mas sobreviveu.
"Ele acreditava muito no ser humano", diz Arlete. "Tanto acreditou que quando o cara tava com uma PT 340 engatilhada na frente dele, não esperava que fosse morto por ele".
Na família, o vazio do último abraço de urso que não foi dado.

matéria do portal terra

serviços

 
A LUTA NÃO PÁRA AQUI - EVENTO IMPORTANTE EM CAMPINAS - PEC 534

ERRATA

A MARCHA AZUL MARINHO PAULISTA FOI ADIADA POR QUESTÕES LEGAIS E POLÍTICAS...

TEREMOS UM ENCONTRO EM CAMPINAS DIA 21 DE SETEMBRO 2010, NÃO PERCA!


QUEM NÃO GOSTA DE POLÍTICA E NÃO ELEGE OS SEUS REPRESENTANTES
FICA SUBORDINADO A VONTADE DAQUELES QUE GOSTAM E ELEGEM OS SEUS.

GCM GABRIEL IR BUTANTÃ E FAMÍLIA
TOTAL APOIO AO CANDIDATO NAVAL
PELA GUARDA MUNICIPAL
VOTE DEPUTADO ESTADUAL NAVAL 43153*ESTE TEM LUTA*

OBS***
MUITO IMPORTANTE QUE TODOS OS COMPANHEIROS QUE RECEBEM ESTE EMAIL REPASSE AOS COMPANHEIROS, POÍS EM VISITAS AS CIDADES, ME DEPAREI COM VÁRIOS GUARDAS MUNICIPAIS QUE AINDA NÃO SABEM NOSSO NUMERO 43153 NAVAL DEP ESTADUAL...

FAÇAM UMA VISITA AOS DEMAIS PLANTÕES DE SUA PRÓPRIA GUARDA

ACOMPANHE A CAMPANHA NESTE BLOG
http://donavalguardamunicipal.blogspot.com/

ABRAÇOS NAVAL 43153
 

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

serviços

Olá blogueiros

acompanhe as reportagens pelo R7 é fácil é só clicar no rodapé de seu portal, notícia de minuto a minuto

mulher policial

AS MULHERES DA SEGURANÇA URBANA


A GUARDA CIVIL MUNICIPAL FEMININA DE SANTO ANDRÉ

Heleni B. F. de Paiva Lino

Carla Cristina Garcia

Priscila Ferreira Perazzo

RESUMO: A presença feminina nas polícias brasileiras teve início no Brasil em 1955, quando foi instituído um corpo de guardas civis incorporado em 1970 à Polícia Militar do Estado de São Paulo. Com objetivo de cobrirem áreas de atuação em que o policiamento repressivo encontrava dificuldades, como crianças e idosos abandonados e, mulheres e adolescentes autores de infrações. Foram incorporadas à instituição por serem dóceis, versáteis e de melhor trato com a população. Seguindo a mesma concepção da Polícia Militar; a Guarda Civil Municipal de Santo Ande em 1989, incorporou ao seu efetivo à presença feminina. Examinar o seu cotidiano, as relações de gênero, a sua percepção acerca da discriminação é o escopo do texto apresentado.

PALAVRAS-CHAVE: polícia; relações de gênero, gestão de segurança pública.

ABSTRACT: The feminine presence in the Brazilian policies had beginning in Brazil in 1955, in the state of São Paulo, when a body of civil guards incorporated in 1970 to the Military Policy of the State was instituted. With objective to cover areas of performance where the repressive policing found difficulties, as aged and children abandoned, women and adolescents authors of infractions. They had been incorporated the institution for being docile, versatile and of better treatment with the population. Following the same conception of the Military Policy; the Municipality Civil Guard of Santo André in 1989, incorporated its cash to the feminine presence. To examine its daily one, the sort relations, its perception concerning the discrimination is the target of the presented work.

KEYWORDS: police, sort relations, public security management.

INTRODUÇÃO

A presença feminina nas policias brasileiras não é recente. Em 1955, o Estado de São Paulo instituiu um corpo feminino de guardas civis que, em 1970, foi incorporado a Policia Militar do Estado. Embora a base legal para a admissão de mulheres tenha sido estabelecida ainda no período autoritário, por meio de portarias do Estado-Maior do Exército, a criação efetiva dos corpos femininos quase sempre ocorreu durante a fase de abertura política ou mesmo após a redemocratização do país. Desse modo, somente nos

anos 1980, com o fim da ditadura militar, houve a efetiva incorporação de mulheres nas polícias de diversos Estados da nação,

visando originalmente cobrir certas áreas de atuação em que o policiamento essencialmente repressivo, estaria encontrando dificuldades com o trato com crianças abandonadas, ou com mulheres e adolescentes autores de infrações. (Soares, 2004, p.1)

Deve-se ressaltar, no entanto que, sua participação no contingente total das PMs é de apenas 6%, enquanto na Polícia Federal é de 10% e nas guardas municipais é de 11%, alcançando 19% nas Polícias Civis.

Alguns estudiosos apontam o fato de que tal incorporação não respondeu a uma demanda da sociedade, como no caso das Delegacias Especiais da Mulher ou na Polícia Civil, resultado de iniciativas e cobranças do movimento feminista que tinha como finalidade dar atendimento especializado, prestado, sobretudo por policiais civis femininas, às mulheres vítimas de violência:

Não há registro de mobilização social equivalente no que se referem as PMs: nem demanda de serviços específicos que seriam mais bem desempenhados por mulheres, nem pressões para a democratização de um espaço profissional ate então exclusivamente masculino. Tudo indica que a inclusão do contingente feminino teve origem em motivações internas às próprias policias militares e/ou aos respectivos governos estaduais, antes que em apelos diretos da sociedade civil ou da chamada opinião pública. (Soares e Musumeci, 2005, p.16)

Para Soares e Musumeci (2005), havia, aparentemente, um desejo de "humanizar" a imagem da polícia, fortemente associada a ditadura - desejo que teria levado, por exemplo, a introdução de disciplinas de Direitos Humanos nos currículos policiais. Por outro lado, mesmo com a redemocratização política do País, o aparelho de segurança publica não passava (e não passou até hoje) por nenhuma mudança paradigmática em sua estrutura, que associasse a incorporação de mulheres a um processo mais amplo de reformas. Apesar dos intensos debates, não houve ainda projetos que consiguissem adequar as polícias à democracia que, segundo Luiz Eduardo

Soares (2000), foi a única das instituições nacionais que não foi reformada após o fim da ditadura.

Para a Soares e Musumeci (2005), na falta de uma elaboração explícita, podem-se inferir algumas motivações subjacentes, examinando-se as listagens das atividades previstas para os efetivos femininos das policias da maioria dos Estados. Não se trata necessariamente das tarefas de fato desempenhadas pelas mulheres, mas sim do que se idealizou para elas como possível e desejável:

Trabalho preventivo e assistencial junto a crianças e adolescentes, mulheres e idosos; Atendimento a e condução de alcoólatras, drogados e mendigos; Policiamento ostensivo em portos, aeroportos e terminais rodoviários; Policiamento de trânsito; Policiamento de áreas comerciais e turísticas; patrulha de grandes eventos; Trabalhos comunitários e assistenciais em geral; Revista de mulheres detentas ou suspeitas, e de visitantes do sexo feminino em estabelecimentos penais; Serviços internos de secretaria, telefonia, arquivo, recepção etc. (Soares e Musumeci, 2005, p.17)

Segundo as pesquisadoras, a missão das mulheres policiais seria, assim, funcionar como uma espécie de cartão de visita, que sem alterar paradigmas, sinalizasse mudanças e modernização. A autora ressalta ainda, na lista de atividades acima, o trabalho assistencial junto a comunidades, a crianças e adolescentes, a mulheres e idosos, a mendigos e bêbados, etc:

Por reafirmar estereótipos de gênero – vocação assistencialista das mulheres; associação entre "sexo frágil" e atendimento aos fragilizados, esse tipo de trabalho talvez tenha sido percebido como um outro campo estratégico de relações públicas, de "suavização" ou humanização da imagem da polícia, sem que para tanto fosse necessária alterar a cultura institucional hegemônica ou as práticas tradicionais de policiamento. (Soares e Musumeci, 2005, p.19)

Diante do quadro exposto, cabe perguntar que papel as mulheres policiais realmente vêm desempenhando nestes últimos anos? Sua presença provocou mudanças significativas na estrutura da corporação? As resistências internas vêm sendo superadas? Que balanço, em suma, se pode fazer da participação feminina nessas instituições?

Nesse sentido, propõe-se nesse artigo apontar o cotidiano de trabalho das guardas civis femininas na cidade de Santo André, identificar as relações de gêneros entre os guardas e anunciar, mais que concluir ou solucionar, os problemas existentes no interior da corporação e que se refletem nas posições de gestores e sociedade civil sobre a segurança pública na cidade e sua descentralização do poder do Estado.

A GUARDA CIVIL MUNICIPAL (GCM) E A QUESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA.

A primeira polícia municipal no Brasil surgiu em 1842, no antigo município neutro da corte – cidade do Rio de Janeiro – com a denominação de Corpo das Guardas Municipais Permanentes. Em São Paulo, com a finalidade de garantir a segurança pública, Joaquim Floriano de Toledo, Presidente da Província, criou as guardas municipais em março de 1866. No século XX, com o aumento da violência na cidade de São Paulo, o Governo de Carlos de Campos editou a Lei nº 2142, de 22 de outubro de 1926, criando a Guarda Civil nos moldes da polícia de Londres, uniformizada e hierarquizada, mas tipicamente civil, voltada para o patrulhamento das ruas e para o trato com o público.

Aprovada na capital paulista, passou a ser padrão para outras cidades brasileiras. Garantida por lei, perdurou até a década de 1960, sendo posteriormente extintas pelo Decreto Lei nº 1072, de 30 de dezembro de 1969, durante o governo militar. No Estado de São Paulo, a Guarda Civil foi então, em 1970, unificada à Força Pública, dando origem à Polícia Militar do Estado de São Paulo. Com o fim da ditadura militar, em 1986, a cidade de São Paulo criou a Guarda Civil Metropolitana nos moldes da antiga Guarda Civil. (Braga,1999)

De toda forma, as municipalidades buscaram, por muito tempo, absterem-se da gestão da segurança pública, atribuindo esta função aos governos dos Estados. No entanto, o recrudescimento da violência e da criminalidade no espaço urbano, seja nas metrópoles ou nas cidades de pequeno e médio porte, provocou a discussão da segurança pública na agenda dos governos municipais. Os gestores locais, premidos pelas comunidades, passaram a constituir e fortalecer as guardas municipais, bem como reivindicar mudanças constitucionais, com o objetivo de estender prerrogativas das policias do Estado para as Guardas dos Municípios, qual seja o poder de polícia.

Segundo dados da Fundação Seade e Assembléia Legislativa de São Paulo (1999) só o Estado de São Paulo, em 1997, já possuía 176 municípios com guardas municipais. A Região Metropolitana de São Paulo em 2001, de seus 39 municípios, 23 já tinham guarda municipal, segundo dados do Fórum Metropolitano de Segurança Pública, estes avaliados pelo Plano Nacional de Segurança Pública (2004), sem metas, identidade institucional, relacionamentos sistêmicos com as forças estaduais da segurança pública, e sem uma política que as constitua como protagonistas da segurança municipal.

Com limitações constitucionais, para atribuições de polícia preventiva e ostensiva, em função do inciso 8º do artigo 144 da Constituição Federal, a prática das corporações vem demonstrando ao contrário: esta corporação encontra-se na condição de integrar o sistema de segurança pública se aprovada pelo Congresso Nacional a Emenda Constitucional número 534/2002, já aprovada em primeiro turno pelo Senado Federal.

Nos últimos anos, as cidades brasileiras vêm aumentando seu contingente civil de segurança pública. O país conta hoje com mais de 300 Guardas Civis Municipais alocando cerca de 60 mil guardas.

Ora considerada como servidora pública na proteção e bens de serviços do município, ora como a verdadeira polícia municipal, a instituição têm se defrontando com uma real crise de identidade e de natureza gerencial. A presença feminina gradualmente inserida na instituição demonstrou que também não foram superadas na corporação as desigualdades nas relações de gênero.

A GUARDA CIVIL MUNICIPAL EM SANTO ANDRÉ E A INCORPORAÇÃO DAS MULHERES

Em Santo André, a Guarda Civil Municipal foi criada pela Lei nº 6125, em 31 de maio de 1985, com o objetivo de praticar a vigilância noturna e diurna dos logradouros públicos e suas repartições, subordinando-se ao Departamento de Trânsito da cidade. Por sua vez, adquiriu organização administrativa própria somente em 1991. Mesmo assim, desde 1989, que a GCM de Santo André contou com efetivo trabalho de segurança e colocou a primeira mulher no comando das guardas da cidade.

A ascensão feminina na Guarda Civil Municipal firmou-se a partir de 1998, quando o número de mulheres contratadas passou para 30 guardas femininas, chegando a 96 em 2004, em um universo masculino de 341 guardas.

A região do Grande ABC, englobando as sete cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires, contava no início da década de 2000 com 1.754 Guardas Municipais, dentre eles 300 mulheres.

A entrada das mulheres na GCM de Santo André acompanhou as propostas das policias militares de humanizar o tratamento com seu público, acreditando que por suas características dóceis e versáteis, as mulheres poderiam lidar melhor com os munícipes.

A PESQUISA

Foram entrevistadas 12 guardas femininas da corporação andreense, que responderam cada uma, um questionário de onze perguntas acerca de temas como tempo de serviço, as condições das mulheres na corporação e o tratamento recebido em função do gênero e, ainda, sobre direitos femininos e ampliação dos poderes das Guardas Civis Municipais. As entrevistadas foram selecionadas por José Renato da Silva, Comandante da Guarda Civil Municipal, e responderam ao questionário em 15 de abril de 2004, comparecendo na Câmara Municipal de Santo André. Por terem sido encaminhadas para tal finalidade, apresentaram-se fardadas e desarmadas.

Da tabulação desse levantamento pode-se apreender que as mulheres entrevistadas estavam entre 30 e 39 anos de idade, a maioria casada e com filhos, cujo tempo de serviço nessa corporação variava de 3,5 a 13 anos. O principal motivo relatado que as levara ingressar na GCM foi a busca de emprego estável, pois encontravam-se desempregadas à época em que prestaram concurso.

Ao serem questionadas sobre a forma como a população andreense as recebe nas ruas, foram unânimes em afirmar que os munícipes consideram as guardas femininas como um “avanço” ou “evolução” da corporação. Também recebem sempre, o que chamam de elogios à mulher, ao sexo ou ao corpo, não tendo caráter erótico, sensual ou libidinoso, mas sempre relacionados à atuação profissional, salientando objetivos como “mais educadas, dedicadas, delicadas e pacientes no serviço”, em relação ao tratamento dos guardas homens com a população.

Por nossa indagação, foi unanimemente rechaçado pelas guardas femininas o fato de as mulheres prestarem serviço diferenciado dos homens na Guarda Civil. Consideram-se aptas ao mesmo serviço, recebendo o mesmo treinamento que lhes

permite a mesma competência e eficiência na prestação. Consideram-se, também, “mais preparadas” para o trabalho, pois:

na cidade de São Paulo foi feita uma pesquisa que comprova que as mulheres são mais eficazes, mais solidárias, e no horário de alto risco são mais ágeis, embora menos precipitadas e quase nunca efetuam disparos acidentais, isso é coisa de homem. (Rosseti – 25 anos – 3 anos de corporação).

A associação da mulher ao papel de mãe de família, de dona de casa, tem sido entrave aos direitos da mulher no mercado de trabalho. A dupla jornada diária dedicando-se aos serviços domésticos de sua casa e aos serviços profissionais da corporação – objeto de enfrentamento do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, lançado em 2004, pela Secretaria Especial de Políticas Para as Mulheres, do Governo Federal do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva – é anunciada pelas guardas, ao terem sido questionadas sobre como conciliam a vida profissional de agente de segurança e a condição de mulher e mãe. Identificam as dificuldades de conciliação desses papéis, mas lhes atribuem o rótulo de “super mulheres”, por conseguirem suprir as necessidades profissionais e familiares, gerando-lhes internamente uma sensação de vitória e importância, permitindo-lhes sentimentos de orgulho pessoal.

Outro fator de indagação de nossa pesquisa diz respeito a aparência física e à questão estética. Desde os gregos, a estética passou a fazer parte das idéias delimitadoras de um espaço ideal de atuação social, levando a mulher a adotar e aceitar no seu corpo “os critérios de comportamento cultural chamados estéticos, ensinando, que é preciso obedecer”. (Chaves, 1986, p.276).

Entre as mulheres da Guarda Civil Municipal, a aparência também representa um importante elemento nas suas relações cotidianas. Os padrões de beleza vigentes parecem interferir nas condições de trabalho, quando aquelas consideradas as mais

bonitas são convidadas a participar de eventos publicitários da corporação, obtendo também privilégios na escala de serviço:

Em toda área a beleza conta. Se um chefe precisa de uma secretária e aparece uma gordinha com experiência e uma morena com curvas salientes, saradona, de quem sra o cargo? Óbvio, será da saradona (sic) (Paula, 32 anos, 3 anos de corporação)

Dentre as várias condições de trabalho das mulheres na corporação de vigilância, a que imediatamente salta aos olhos, diz respeito à discriminação de gênero sofrida por suas profissionais.

As condições de trabalho, do ponto de vista feminino são muito difíceis, a começar pela carga horária para um trabalho realizado em pé, sob sol forte, particularmente nos períodos menstruais, isso aliado a outros problemas, como a dificuldade de encontrar nas ruas banheiros minimamente decentes.

As inovações nos uniformes de segurança não respeitam o corpo feminino, mesmo com o incentivo de ingresso de mulheres na corporação. Os coletes à prova de bala normalmente apertam os seios. Em períodos de menstruação, em que o corpo da mulher sofre um inchaço, ficando também mais sensível à dor, esses coletes, por serem muito justos e costurados no mesmo formato para o corpo masculino, acabam por machucar as guardas. O tamanho desproporcional do coldre, associado ao peso da arma, também causa dores na bexiga, rins e útero. As calças dos uniformes não possuem bolsos para carregarem absorventes higiênicos. Para as mulheres grávidas não existe fardamento diferenciado. Em relação a fisiologia feminina, esta é levada em consideração dependendo da sensibilidade do superior hierárquico. Alguns deles consideram a tensão pré-menstrual, o período menstrual e as decorrências da gravidez como empecilho à execução do trabalho

Das doze respostas obtidas à verificação desse fator cotidiano, pôde-se apurar quatro comportamentos existentes no relacionamento entre guardas homens e mulheres.

Alegaram serem tratadas com indiferença, com rispidez, com discriminação ou de forma “boa” (expressão que foi interpretada como cordial). No entanto, pode-se perceber que a pesquisa indicou, conforme aponta o gráfico abaixo, a percepção de que o relacionamento entre sexo na Guarda Civil Municipal de Santo André é profundamente marcado pela forma de discriminação de gênero.

Relacionamento com o sexo masculino

A B C D

02

04

06

08

10

12

A – Indiferença

B – Discriminação

C – Com rispidez

D - Boa

No questionário fora relatado que, com a chegada de um maior número de mulheres na corporação, desencadeou-se ali um ambiente de certa hostilidade entre os guardas de sexos diferentes, revelando-se ora de forma velada, ora explicitamente, mas sempre demonstrando que o relacionamento entre mulheres e homens nesse tipo de organização é permeado de ações discriminatórias, conforme descreve uma das guardas entrevistadas:

Fomos recebidas com discriminação, pois os guardas masculinos achavam e diziam que lugar de mulher era no tanque e no fogão, que não tínhamos capacidade e nem competência para fazer o mesmo serviço que eles. (s/nome – 28 anos, 4 anos de corporação)

Apesar de formalmente assentada na missão de "proteger e servir", o que se privilegia na identidade policial militar são, sobretudo as virtudes “másculas" e "guerreiras": "bravura", "heroísmo", força física, aptidão para o risco, virtudes de que as mulheres estariam, por hipótese, desprovidas. Como indica Jacqueline Muniz:

Idealizado pelos PMs da ponta da linha como uma espécie de "terra de machos", o mundo das ruas é descrito como um tipo de realidade que não se deixa comover pelas virtudes culturais atribuídas ao signo

feminino. Nesse território simbólico interpretado como sórdido, violento, insensível e, por tudo isso, masculino, parece só haver lugar para a disputa entre os destemidos "mocinhos" que integram o "bonde do bem" e os "bandidos" e desregrados, que compõem o "bonde do mal". Esse tipo de gramática dos papéis de gênero, em boa medida conservadora e estereotipada, encontra-se disseminada no interior da tropa. Dela resulta o discurso que pressupõe a inadequação das mulheres para as tarefas de policiamento e prescreve para elas outros tipos de serviços quase sempre burocráticos e muito distantes das atividades de rua”. (Muniz,apud Soares e Musumeci,2005,p. 87)

Para esta autora, essa ideologia estabelece um enfraquecimento da qualidade de "ser policial" entre os que estão aptos ao confronto e os que se dedicam a prevenir, proteger e mediar quer sejam mulheres ou homens. O policiamento comunitário, por exemplo, é visto muitas vezes como espúria "feminização" do trabalho como atividade cosmética, despida da virilidade própria da profissão não raro os estereótipos de gênero são explicitamente acionados na resistência interna a essas e outras inovações.

Se o relacionamento entre servidores homens e mulheres vem sendo marcado pela discriminação de gênero, que encontra endosso numa mentalidade tradicionalmente machista por parte dos guardas, no relacionamento entre as mulheres também se evidencia a mesma mentalidade, contudo marcada por comportamentos ciumentos, competitivos, desagregadores, oriundos, em especial das guardas mais antigas da corporação:

Nosso relacionamento “em geral é bom, mas existe certa discriminação das mais antigas com as mais novas” (Lourenço Rosseti – 25 anos – 3 anos de corporação).

(...) apesar da hostilidade de alguns guardas masculinos, prefiro trabalhar com eles, as mulheres guardas são muito melindrosas, querem espaço” (Paula – 32 anos – 3 anos de corporação).(...)

as GCMFs são muito competitivas e devido a isso geram muitos atritos. Muitas vezes o rostinho mais bonito é o que prevalece e não o profissionalismo” (Guerra – 38 anos – 4 anos de corporação).

De todos estes relatos, pode-se, em uma primeira análise, concluir que não havendo política institucional de gênero, nem um ideal defendido especificamente pelas

mulheres, por meio de mecanismo de afirmação coletiva de identidade, a imagem da GCMFs torna-se imprecisa, individualizada e sujeita também a avaliações individuais, baseadas na experiência empírica, quase sempre mediada por pré-noções, idealizações ou mecanismos de resistência:

Se tivéssemos de definir dois extremos entre os quais oscilam essas avaliações, o primeiro seria o endosso puro e simples dos estereótipos de gênero, como em alguns trechos de entrevistas já citados anteriormente, que destinam à mulher um lugar "natural" nos serviços internos, e o outro seria a negação pura e simples de qualquer diferença. (Soares e Musumeci, 2005, p.111)

Questionou-se também as entrevistadas sobre a ampliação dos poderes das GCMs. Pelas respostas, entende-se que as guardas civis femininas não visualizam claramente essa ampliação de poderes e, se de fato isso ocorrer, deverá haver restrições de poderes. No entanto, são mais contundentes ao afirmar a quase impossibilidade disso ocorrer, pois a Polícia Militar não permitirá tal ampliação:

existe um empecilho muito grande que é a Polícia Militar, e de quem vai controlar esse poder para que não fuja das rédeas do Estado. (Maria – 43 anos – 4 anos de corporação).

Da análise do I Seminário Regional das Guardas Municipais Femininas, realizado em 28 de novembro de 2003, que teve como objetivo avaliar a participação feminina nos quadros da política de segurança local, pôde-se verificar que a indefinição acerca do papel constitucional dos Guardas Civis Municipais evidenciou-se de forma mais aguda quando voltada para o papel da mulher nessa instituição e do difícil relacionamento entre homens e mulheres numa corporação histórica e tradicionalmente organizada em torno das características masculinas. O cotidiano de trabalho dessas mulheres é regido pelas relações de gênero que se estabelecem entre os guardas e com seus comandantes. Se a atuação da GCM na cidade já impõe uma discussão acerca da gestão municipal de segurança pública, a atuação da GCMF polemiza ainda mais a

discussão e permite resgatar práticas de trabalho policial ainda mais violentas e discriminadoras.

É importante lembrar que a polícia brasileira seguiu o modelo político de organização policial presente na França e em Portugal, estes não estão à serviço do público, mas do Estado e dos grupos dominantes, no sentido de fortalecer o uso privado da violência contra a sociedade, vigiando para que qualquer ameaça considerada subversiva ao poder público fosse contida pela força da opressão (Paixão, 1991). A conseqüência desse modelo de policia gerou no Brasil a desconfiança recíproca entre policiais e cidadãos. A reação do cidadão comum frente a polícia soma-se ao sentimento de medo, mesmo por pessoas que a princípio nada teriam a temer.

A própria formação praticada nas escolas da Polícia Militar, encontram-se alicerçadas na ideologia do exército, reproduzindo em sua organização as mesmas existentes no Exército Brasileiro, segundo os princípios de território a ser atacado ou defendido.

Coronel Carlos Alberto de Camargo, ex-Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, em seu livro Estética Militar (1997m), defende que os militares constituem uma instituição separada do povo, destinado a corrigi-los e a por ordem na vida coletiva. Como se nota:

nas instituições policiais brasileiras ainda prevalece a cultura policial tradicional de viés "bélico", com foco quase exclusivo na ação reativa e repressiva com baixíssimo investimento em inteligência, pouco ou nenhum treinamento dos agentes de ponta em técnicas de mediação de conflitos, nenhuma ênfase no uso comedido da força e da autoridade, pouca ou nenhuma preocupação com a legalidade e a legitimidade do trabalho de polícia. ”(Soares e Musumeci,2005,p. 82)

Nesse contexto, as atividades cotidianas de preservação da ordem pública, não gozam do mesmo status que as ações repressivas.

Pode-se deduzir daí a enorme dificuldade que as mulheres ainda terão de enfrentar para se afirmarem como policiais ou guardas uma vez que lhes coube a tarefa de prevenir, cuidar e orientar, sem que essa tarefa fosse assumida institucionalmente como referência de um novo modelo de polícia e policiamento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAGA, Carlos Alexandre. Guarda Municipal: manual de criação, organização e manutenção, orientações administrativas e legais. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 1999.

CAMARGO, Carlos Alberto. Estética Militar. Centro de Aperfeiçoamento e Estudos Superiores da Polícia Militar do Estado de São Paulo, 1994.

CHAVES, Anesia Pacheco. E agora mulher? Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1986.

FUNDAÇÃO Seade e Assembléia Legislativa de São Paulo, 1999 – Cadernos do Fórum São Paulo Século 21 – Caderno 7: Segurança. São Paulo: Assembléia Legislativa.

FÓRUM METROPOLITANO DE SEGURANÇA PÚBLICA. 2000. Relatório de Atividades, Resultados e propostas – 29/3/2001 a 28/06/2001.

PLANO NACIONAL DE POLÍTICAS PARA MULHERES - Secretaria Especial de Políticas Para Mulheres – 2004.

PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA – 2004.

PAIXÃO, Antonio Luiz. Polícia e Segurança Pública. O Alfares. Belo Horizonte, 9(30):27-41, Jul/Set.1991.

SOARES, Luiz Eduardo. Meu casaco de General: 500 dias no fronte da segurança pública no Rio de Janeiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

SOARES, Bárbara Musumeci. Polícia e Gênero: “Presença Feminina nas PMs. Brasileiras” In: Boletim Segurança e Cidadania, nº 02. Centro de Estudos de Segurança e Cidadania: Rio de Janeiro, 2004.

SOARES, Bárbara Musumeci, MUSUMECI Leonarda. Mulheres Policiais. Presença Feminina na Polícia Militar do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

DADOS DAS AUTORAS:

Heleni B. F. de Paiva Lino: Mestranda em Administração da Universidade IMES. Professora de Direito Constitucional e Direito do Trabalho UNIA.

Carla Cristina Garcia: Doutora em Ciências Sociais, com Pós dOutorado em Sociologia Política no Instituto Mora/México. Professora da Universidade IMES e PUC-SP

Priscila Ferreira Perazzo: Doutora em História. Professora do PMA da Universidade IMES

mulher policial

AS MULHERES DA SEGURANÇA URBANA


A GUARDA CIVIL MUNICIPAL FEMININA DE SANTO ANDRÉ

Heleni B. F. de Paiva Lino

Carla Cristina Garcia

Priscila Ferreira Perazzo

RESUMO: A presença feminina nas polícias brasileiras teve início no Brasil em 1955, quando foi instituído um corpo de guardas civis incorporado em 1970 à Polícia Militar do Estado de São Paulo. Com objetivo de cobrirem áreas de atuação em que o policiamento repressivo encontrava dificuldades, como crianças e idosos abandonados e, mulheres e adolescentes autores de infrações. Foram incorporadas à instituição por serem dóceis, versáteis e de melhor trato com a população. Seguindo a mesma concepção da Polícia Militar; a Guarda Civil Municipal de Santo Ande em 1989, incorporou ao seu efetivo à presença feminina. Examinar o seu cotidiano, as relações de gênero, a sua percepção acerca da discriminação é o escopo do texto apresentado.

PALAVRAS-CHAVE: polícia; relações de gênero, gestão de segurança pública.

ABSTRACT: The feminine presence in the Brazilian policies had beginning in Brazil in 1955, in the state of São Paulo, when a body of civil guards incorporated in 1970 to the Military Policy of the State was instituted. With objective to cover areas of performance where the repressive policing found difficulties, as aged and children abandoned, women and adolescents authors of infractions. They had been incorporated the institution for being docile, versatile and of better treatment with the population. Following the same conception of the Military Policy; the Municipality Civil Guard of Santo André in 1989, incorporated its cash to the feminine presence. To examine its daily one, the sort relations, its perception concerning the discrimination is the target of the presented work.

KEYWORDS: police, sort relations, public security management.

INTRODUÇÃO

A presença feminina nas policias brasileiras não é recente. Em 1955, o Estado de São Paulo instituiu um corpo feminino de guardas civis que, em 1970, foi incorporado a Policia Militar do Estado. Embora a base legal para a admissão de mulheres tenha sido estabelecida ainda no período autoritário, por meio de portarias do Estado-Maior do Exército, a criação efetiva dos corpos femininos quase sempre ocorreu durante a fase de abertura política ou mesmo após a redemocratização do país. Desse modo, somente nos

anos 1980, com o fim da ditadura militar, houve a efetiva incorporação de mulheres nas polícias de diversos Estados da nação,

visando originalmente cobrir certas áreas de atuação em que o policiamento essencialmente repressivo, estaria encontrando dificuldades com o trato com crianças abandonadas, ou com mulheres e adolescentes autores de infrações. (Soares, 2004, p.1)

Deve-se ressaltar, no entanto que, sua participação no contingente total das PMs é de apenas 6%, enquanto na Polícia Federal é de 10% e nas guardas municipais é de 11%, alcançando 19% nas Polícias Civis.

Alguns estudiosos apontam o fato de que tal incorporação não respondeu a uma demanda da sociedade, como no caso das Delegacias Especiais da Mulher ou na Polícia Civil, resultado de iniciativas e cobranças do movimento feminista que tinha como finalidade dar atendimento especializado, prestado, sobretudo por policiais civis femininas, às mulheres vítimas de violência:

Não há registro de mobilização social equivalente no que se referem as PMs: nem demanda de serviços específicos que seriam mais bem desempenhados por mulheres, nem pressões para a democratização de um espaço profissional ate então exclusivamente masculino. Tudo indica que a inclusão do contingente feminino teve origem em motivações internas às próprias policias militares e/ou aos respectivos governos estaduais, antes que em apelos diretos da sociedade civil ou da chamada opinião pública. (Soares e Musumeci, 2005, p.16)

Para Soares e Musumeci (2005), havia, aparentemente, um desejo de "humanizar" a imagem da polícia, fortemente associada a ditadura - desejo que teria levado, por exemplo, a introdução de disciplinas de Direitos Humanos nos currículos policiais. Por outro lado, mesmo com a redemocratização política do País, o aparelho de segurança publica não passava (e não passou até hoje) por nenhuma mudança paradigmática em sua estrutura, que associasse a incorporação de mulheres a um processo mais amplo de reformas. Apesar dos intensos debates, não houve ainda projetos que consiguissem adequar as polícias à democracia que, segundo Luiz Eduardo

Soares (2000), foi a única das instituições nacionais que não foi reformada após o fim da ditadura.

Para a Soares e Musumeci (2005), na falta de uma elaboração explícita, podem-se inferir algumas motivações subjacentes, examinando-se as listagens das atividades previstas para os efetivos femininos das policias da maioria dos Estados. Não se trata necessariamente das tarefas de fato desempenhadas pelas mulheres, mas sim do que se idealizou para elas como possível e desejável:

Trabalho preventivo e assistencial junto a crianças e adolescentes, mulheres e idosos; Atendimento a e condução de alcoólatras, drogados e mendigos; Policiamento ostensivo em portos, aeroportos e terminais rodoviários; Policiamento de trânsito; Policiamento de áreas comerciais e turísticas; patrulha de grandes eventos; Trabalhos comunitários e assistenciais em geral; Revista de mulheres detentas ou suspeitas, e de visitantes do sexo feminino em estabelecimentos penais; Serviços internos de secretaria, telefonia, arquivo, recepção etc. (Soares e Musumeci, 2005, p.17)

Segundo as pesquisadoras, a missão das mulheres policiais seria, assim, funcionar como uma espécie de cartão de visita, que sem alterar paradigmas, sinalizasse mudanças e modernização. A autora ressalta ainda, na lista de atividades acima, o trabalho assistencial junto a comunidades, a crianças e adolescentes, a mulheres e idosos, a mendigos e bêbados, etc:

Por reafirmar estereótipos de gênero – vocação assistencialista das mulheres; associação entre "sexo frágil" e atendimento aos fragilizados, esse tipo de trabalho talvez tenha sido percebido como um outro campo estratégico de relações públicas, de "suavização" ou humanização da imagem da polícia, sem que para tanto fosse necessária alterar a cultura institucional hegemônica ou as práticas tradicionais de policiamento. (Soares e Musumeci, 2005, p.19)

Diante do quadro exposto, cabe perguntar que papel as mulheres policiais realmente vêm desempenhando nestes últimos anos? Sua presença provocou mudanças significativas na estrutura da corporação? As resistências internas vêm sendo superadas? Que balanço, em suma, se pode fazer da participação feminina nessas instituições?

Nesse sentido, propõe-se nesse artigo apontar o cotidiano de trabalho das guardas civis femininas na cidade de Santo André, identificar as relações de gêneros entre os guardas e anunciar, mais que concluir ou solucionar, os problemas existentes no interior da corporação e que se refletem nas posições de gestores e sociedade civil sobre a segurança pública na cidade e sua descentralização do poder do Estado.

A GUARDA CIVIL MUNICIPAL (GCM) E A QUESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA.

A primeira polícia municipal no Brasil surgiu em 1842, no antigo município neutro da corte – cidade do Rio de Janeiro – com a denominação de Corpo das Guardas Municipais Permanentes. Em São Paulo, com a finalidade de garantir a segurança pública, Joaquim Floriano de Toledo, Presidente da Província, criou as guardas municipais em março de 1866. No século XX, com o aumento da violência na cidade de São Paulo, o Governo de Carlos de Campos editou a Lei nº 2142, de 22 de outubro de 1926, criando a Guarda Civil nos moldes da polícia de Londres, uniformizada e hierarquizada, mas tipicamente civil, voltada para o patrulhamento das ruas e para o trato com o público.

Aprovada na capital paulista, passou a ser padrão para outras cidades brasileiras. Garantida por lei, perdurou até a década de 1960, sendo posteriormente extintas pelo Decreto Lei nº 1072, de 30 de dezembro de 1969, durante o governo militar. No Estado de São Paulo, a Guarda Civil foi então, em 1970, unificada à Força Pública, dando origem à Polícia Militar do Estado de São Paulo. Com o fim da ditadura militar, em 1986, a cidade de São Paulo criou a Guarda Civil Metropolitana nos moldes da antiga Guarda Civil. (Braga,1999)

De toda forma, as municipalidades buscaram, por muito tempo, absterem-se da gestão da segurança pública, atribuindo esta função aos governos dos Estados. No entanto, o recrudescimento da violência e da criminalidade no espaço urbano, seja nas metrópoles ou nas cidades de pequeno e médio porte, provocou a discussão da segurança pública na agenda dos governos municipais. Os gestores locais, premidos pelas comunidades, passaram a constituir e fortalecer as guardas municipais, bem como reivindicar mudanças constitucionais, com o objetivo de estender prerrogativas das policias do Estado para as Guardas dos Municípios, qual seja o poder de polícia.

Segundo dados da Fundação Seade e Assembléia Legislativa de São Paulo (1999) só o Estado de São Paulo, em 1997, já possuía 176 municípios com guardas municipais. A Região Metropolitana de São Paulo em 2001, de seus 39 municípios, 23 já tinham guarda municipal, segundo dados do Fórum Metropolitano de Segurança Pública, estes avaliados pelo Plano Nacional de Segurança Pública (2004), sem metas, identidade institucional, relacionamentos sistêmicos com as forças estaduais da segurança pública, e sem uma política que as constitua como protagonistas da segurança municipal.

Com limitações constitucionais, para atribuições de polícia preventiva e ostensiva, em função do inciso 8º do artigo 144 da Constituição Federal, a prática das corporações vem demonstrando ao contrário: esta corporação encontra-se na condição de integrar o sistema de segurança pública se aprovada pelo Congresso Nacional a Emenda Constitucional número 534/2002, já aprovada em primeiro turno pelo Senado Federal.

Nos últimos anos, as cidades brasileiras vêm aumentando seu contingente civil de segurança pública. O país conta hoje com mais de 300 Guardas Civis Municipais alocando cerca de 60 mil guardas.

Ora considerada como servidora pública na proteção e bens de serviços do município, ora como a verdadeira polícia municipal, a instituição têm se defrontando com uma real crise de identidade e de natureza gerencial. A presença feminina gradualmente inserida na instituição demonstrou que também não foram superadas na corporação as desigualdades nas relações de gênero.

A GUARDA CIVIL MUNICIPAL EM SANTO ANDRÉ E A INCORPORAÇÃO DAS MULHERES

Em Santo André, a Guarda Civil Municipal foi criada pela Lei nº 6125, em 31 de maio de 1985, com o objetivo de praticar a vigilância noturna e diurna dos logradouros públicos e suas repartições, subordinando-se ao Departamento de Trânsito da cidade. Por sua vez, adquiriu organização administrativa própria somente em 1991. Mesmo assim, desde 1989, que a GCM de Santo André contou com efetivo trabalho de segurança e colocou a primeira mulher no comando das guardas da cidade.

A ascensão feminina na Guarda Civil Municipal firmou-se a partir de 1998, quando o número de mulheres contratadas passou para 30 guardas femininas, chegando a 96 em 2004, em um universo masculino de 341 guardas.

A região do Grande ABC, englobando as sete cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires, contava no início da década de 2000 com 1.754 Guardas Municipais, dentre eles 300 mulheres.

A entrada das mulheres na GCM de Santo André acompanhou as propostas das policias militares de humanizar o tratamento com seu público, acreditando que por suas características dóceis e versáteis, as mulheres poderiam lidar melhor com os munícipes.

A PESQUISA

Foram entrevistadas 12 guardas femininas da corporação andreense, que responderam cada uma, um questionário de onze perguntas acerca de temas como tempo de serviço, as condições das mulheres na corporação e o tratamento recebido em função do gênero e, ainda, sobre direitos femininos e ampliação dos poderes das Guardas Civis Municipais. As entrevistadas foram selecionadas por José Renato da Silva, Comandante da Guarda Civil Municipal, e responderam ao questionário em 15 de abril de 2004, comparecendo na Câmara Municipal de Santo André. Por terem sido encaminhadas para tal finalidade, apresentaram-se fardadas e desarmadas.

Da tabulação desse levantamento pode-se apreender que as mulheres entrevistadas estavam entre 30 e 39 anos de idade, a maioria casada e com filhos, cujo tempo de serviço nessa corporação variava de 3,5 a 13 anos. O principal motivo relatado que as levara ingressar na GCM foi a busca de emprego estável, pois encontravam-se desempregadas à época em que prestaram concurso.

Ao serem questionadas sobre a forma como a população andreense as recebe nas ruas, foram unânimes em afirmar que os munícipes consideram as guardas femininas como um “avanço” ou “evolução” da corporação. Também recebem sempre, o que chamam de elogios à mulher, ao sexo ou ao corpo, não tendo caráter erótico, sensual ou libidinoso, mas sempre relacionados à atuação profissional, salientando objetivos como “mais educadas, dedicadas, delicadas e pacientes no serviço”, em relação ao tratamento dos guardas homens com a população.

Por nossa indagação, foi unanimemente rechaçado pelas guardas femininas o fato de as mulheres prestarem serviço diferenciado dos homens na Guarda Civil. Consideram-se aptas ao mesmo serviço, recebendo o mesmo treinamento que lhes

permite a mesma competência e eficiência na prestação. Consideram-se, também, “mais preparadas” para o trabalho, pois:

na cidade de São Paulo foi feita uma pesquisa que comprova que as mulheres são mais eficazes, mais solidárias, e no horário de alto risco são mais ágeis, embora menos precipitadas e quase nunca efetuam disparos acidentais, isso é coisa de homem. (Rosseti – 25 anos – 3 anos de corporação).

A associação da mulher ao papel de mãe de família, de dona de casa, tem sido entrave aos direitos da mulher no mercado de trabalho. A dupla jornada diária dedicando-se aos serviços domésticos de sua casa e aos serviços profissionais da corporação – objeto de enfrentamento do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, lançado em 2004, pela Secretaria Especial de Políticas Para as Mulheres, do Governo Federal do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva – é anunciada pelas guardas, ao terem sido questionadas sobre como conciliam a vida profissional de agente de segurança e a condição de mulher e mãe. Identificam as dificuldades de conciliação desses papéis, mas lhes atribuem o rótulo de “super mulheres”, por conseguirem suprir as necessidades profissionais e familiares, gerando-lhes internamente uma sensação de vitória e importância, permitindo-lhes sentimentos de orgulho pessoal.

Outro fator de indagação de nossa pesquisa diz respeito a aparência física e à questão estética. Desde os gregos, a estética passou a fazer parte das idéias delimitadoras de um espaço ideal de atuação social, levando a mulher a adotar e aceitar no seu corpo “os critérios de comportamento cultural chamados estéticos, ensinando, que é preciso obedecer”. (Chaves, 1986, p.276).

Entre as mulheres da Guarda Civil Municipal, a aparência também representa um importante elemento nas suas relações cotidianas. Os padrões de beleza vigentes parecem interferir nas condições de trabalho, quando aquelas consideradas as mais

bonitas são convidadas a participar de eventos publicitários da corporação, obtendo também privilégios na escala de serviço:

Em toda área a beleza conta. Se um chefe precisa de uma secretária e aparece uma gordinha com experiência e uma morena com curvas salientes, saradona, de quem sra o cargo? Óbvio, será da saradona (sic) (Paula, 32 anos, 3 anos de corporação)

Dentre as várias condições de trabalho das mulheres na corporação de vigilância, a que imediatamente salta aos olhos, diz respeito à discriminação de gênero sofrida por suas profissionais.

As condições de trabalho, do ponto de vista feminino são muito difíceis, a começar pela carga horária para um trabalho realizado em pé, sob sol forte, particularmente nos períodos menstruais, isso aliado a outros problemas, como a dificuldade de encontrar nas ruas banheiros minimamente decentes.

As inovações nos uniformes de segurança não respeitam o corpo feminino, mesmo com o incentivo de ingresso de mulheres na corporação. Os coletes à prova de bala normalmente apertam os seios. Em períodos de menstruação, em que o corpo da mulher sofre um inchaço, ficando também mais sensível à dor, esses coletes, por serem muito justos e costurados no mesmo formato para o corpo masculino, acabam por machucar as guardas. O tamanho desproporcional do coldre, associado ao peso da arma, também causa dores na bexiga, rins e útero. As calças dos uniformes não possuem bolsos para carregarem absorventes higiênicos. Para as mulheres grávidas não existe fardamento diferenciado. Em relação a fisiologia feminina, esta é levada em consideração dependendo da sensibilidade do superior hierárquico. Alguns deles consideram a tensão pré-menstrual, o período menstrual e as decorrências da gravidez como empecilho à execução do trabalho

Das doze respostas obtidas à verificação desse fator cotidiano, pôde-se apurar quatro comportamentos existentes no relacionamento entre guardas homens e mulheres.

Alegaram serem tratadas com indiferença, com rispidez, com discriminação ou de forma “boa” (expressão que foi interpretada como cordial). No entanto, pode-se perceber que a pesquisa indicou, conforme aponta o gráfico abaixo, a percepção de que o relacionamento entre sexo na Guarda Civil Municipal de Santo André é profundamente marcado pela forma de discriminação de gênero.

Relacionamento com o sexo masculino

A B C D

02

04

06

08

10

12

A – Indiferença

B – Discriminação

C – Com rispidez

D - Boa

No questionário fora relatado que, com a chegada de um maior número de mulheres na corporação, desencadeou-se ali um ambiente de certa hostilidade entre os guardas de sexos diferentes, revelando-se ora de forma velada, ora explicitamente, mas sempre demonstrando que o relacionamento entre mulheres e homens nesse tipo de organização é permeado de ações discriminatórias, conforme descreve uma das guardas entrevistadas:

Fomos recebidas com discriminação, pois os guardas masculinos achavam e diziam que lugar de mulher era no tanque e no fogão, que não tínhamos capacidade e nem competência para fazer o mesmo serviço que eles. (s/nome – 28 anos, 4 anos de corporação)

Apesar de formalmente assentada na missão de "proteger e servir", o que se privilegia na identidade policial militar são, sobretudo as virtudes “másculas" e "guerreiras": "bravura", "heroísmo", força física, aptidão para o risco, virtudes de que as mulheres estariam, por hipótese, desprovidas. Como indica Jacqueline Muniz:

Idealizado pelos PMs da ponta da linha como uma espécie de "terra de machos", o mundo das ruas é descrito como um tipo de realidade que não se deixa comover pelas virtudes culturais atribuídas ao signo

feminino. Nesse território simbólico interpretado como sórdido, violento, insensível e, por tudo isso, masculino, parece só haver lugar para a disputa entre os destemidos "mocinhos" que integram o "bonde do bem" e os "bandidos" e desregrados, que compõem o "bonde do mal". Esse tipo de gramática dos papéis de gênero, em boa medida conservadora e estereotipada, encontra-se disseminada no interior da tropa. Dela resulta o discurso que pressupõe a inadequação das mulheres para as tarefas de policiamento e prescreve para elas outros tipos de serviços quase sempre burocráticos e muito distantes das atividades de rua”. (Muniz,apud Soares e Musumeci,2005,p. 87)

Para esta autora, essa ideologia estabelece um enfraquecimento da qualidade de "ser policial" entre os que estão aptos ao confronto e os que se dedicam a prevenir, proteger e mediar quer sejam mulheres ou homens. O policiamento comunitário, por exemplo, é visto muitas vezes como espúria "feminização" do trabalho como atividade cosmética, despida da virilidade própria da profissão não raro os estereótipos de gênero são explicitamente acionados na resistência interna a essas e outras inovações.

Se o relacionamento entre servidores homens e mulheres vem sendo marcado pela discriminação de gênero, que encontra endosso numa mentalidade tradicionalmente machista por parte dos guardas, no relacionamento entre as mulheres também se evidencia a mesma mentalidade, contudo marcada por comportamentos ciumentos, competitivos, desagregadores, oriundos, em especial das guardas mais antigas da corporação:

Nosso relacionamento “em geral é bom, mas existe certa discriminação das mais antigas com as mais novas” (Lourenço Rosseti – 25 anos – 3 anos de corporação).

(...) apesar da hostilidade de alguns guardas masculinos, prefiro trabalhar com eles, as mulheres guardas são muito melindrosas, querem espaço” (Paula – 32 anos – 3 anos de corporação).(...)

as GCMFs são muito competitivas e devido a isso geram muitos atritos. Muitas vezes o rostinho mais bonito é o que prevalece e não o profissionalismo” (Guerra – 38 anos – 4 anos de corporação).

De todos estes relatos, pode-se, em uma primeira análise, concluir que não havendo política institucional de gênero, nem um ideal defendido especificamente pelas

mulheres, por meio de mecanismo de afirmação coletiva de identidade, a imagem da GCMFs torna-se imprecisa, individualizada e sujeita também a avaliações individuais, baseadas na experiência empírica, quase sempre mediada por pré-noções, idealizações ou mecanismos de resistência:

Se tivéssemos de definir dois extremos entre os quais oscilam essas avaliações, o primeiro seria o endosso puro e simples dos estereótipos de gênero, como em alguns trechos de entrevistas já citados anteriormente, que destinam à mulher um lugar "natural" nos serviços internos, e o outro seria a negação pura e simples de qualquer diferença. (Soares e Musumeci, 2005, p.111)

Questionou-se também as entrevistadas sobre a ampliação dos poderes das GCMs. Pelas respostas, entende-se que as guardas civis femininas não visualizam claramente essa ampliação de poderes e, se de fato isso ocorrer, deverá haver restrições de poderes. No entanto, são mais contundentes ao afirmar a quase impossibilidade disso ocorrer, pois a Polícia Militar não permitirá tal ampliação:

existe um empecilho muito grande que é a Polícia Militar, e de quem vai controlar esse poder para que não fuja das rédeas do Estado. (Maria – 43 anos – 4 anos de corporação).

Da análise do I Seminário Regional das Guardas Municipais Femininas, realizado em 28 de novembro de 2003, que teve como objetivo avaliar a participação feminina nos quadros da política de segurança local, pôde-se verificar que a indefinição acerca do papel constitucional dos Guardas Civis Municipais evidenciou-se de forma mais aguda quando voltada para o papel da mulher nessa instituição e do difícil relacionamento entre homens e mulheres numa corporação histórica e tradicionalmente organizada em torno das características masculinas. O cotidiano de trabalho dessas mulheres é regido pelas relações de gênero que se estabelecem entre os guardas e com seus comandantes. Se a atuação da GCM na cidade já impõe uma discussão acerca da gestão municipal de segurança pública, a atuação da GCMF polemiza ainda mais a

discussão e permite resgatar práticas de trabalho policial ainda mais violentas e discriminadoras.

É importante lembrar que a polícia brasileira seguiu o modelo político de organização policial presente na França e em Portugal, estes não estão à serviço do público, mas do Estado e dos grupos dominantes, no sentido de fortalecer o uso privado da violência contra a sociedade, vigiando para que qualquer ameaça considerada subversiva ao poder público fosse contida pela força da opressão (Paixão, 1991). A conseqüência desse modelo de policia gerou no Brasil a desconfiança recíproca entre policiais e cidadãos. A reação do cidadão comum frente a polícia soma-se ao sentimento de medo, mesmo por pessoas que a princípio nada teriam a temer.

A própria formação praticada nas escolas da Polícia Militar, encontram-se alicerçadas na ideologia do exército, reproduzindo em sua organização as mesmas existentes no Exército Brasileiro, segundo os princípios de território a ser atacado ou defendido.

Coronel Carlos Alberto de Camargo, ex-Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, em seu livro Estética Militar (1997m), defende que os militares constituem uma instituição separada do povo, destinado a corrigi-los e a por ordem na vida coletiva. Como se nota:

nas instituições policiais brasileiras ainda prevalece a cultura policial tradicional de viés "bélico", com foco quase exclusivo na ação reativa e repressiva com baixíssimo investimento em inteligência, pouco ou nenhum treinamento dos agentes de ponta em técnicas de mediação de conflitos, nenhuma ênfase no uso comedido da força e da autoridade, pouca ou nenhuma preocupação com a legalidade e a legitimidade do trabalho de polícia. ”(Soares e Musumeci,2005,p. 82)

Nesse contexto, as atividades cotidianas de preservação da ordem pública, não gozam do mesmo status que as ações repressivas.

Pode-se deduzir daí a enorme dificuldade que as mulheres ainda terão de enfrentar para se afirmarem como policiais ou guardas uma vez que lhes coube a tarefa de prevenir, cuidar e orientar, sem que essa tarefa fosse assumida institucionalmente como referência de um novo modelo de polícia e policiamento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAGA, Carlos Alexandre. Guarda Municipal: manual de criação, organização e manutenção, orientações administrativas e legais. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 1999.

CAMARGO, Carlos Alberto. Estética Militar. Centro de Aperfeiçoamento e Estudos Superiores da Polícia Militar do Estado de São Paulo, 1994.

CHAVES, Anesia Pacheco. E agora mulher? Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1986.

FUNDAÇÃO Seade e Assembléia Legislativa de São Paulo, 1999 – Cadernos do Fórum São Paulo Século 21 – Caderno 7: Segurança. São Paulo: Assembléia Legislativa.

FÓRUM METROPOLITANO DE SEGURANÇA PÚBLICA. 2000. Relatório de Atividades, Resultados e propostas – 29/3/2001 a 28/06/2001.

PLANO NACIONAL DE POLÍTICAS PARA MULHERES - Secretaria Especial de Políticas Para Mulheres – 2004.

PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA – 2004.

PAIXÃO, Antonio Luiz. Polícia e Segurança Pública. O Alfares. Belo Horizonte, 9(30):27-41, Jul/Set.1991.

SOARES, Luiz Eduardo. Meu casaco de General: 500 dias no fronte da segurança pública no Rio de Janeiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

SOARES, Bárbara Musumeci. Polícia e Gênero: “Presença Feminina nas PMs. Brasileiras” In: Boletim Segurança e Cidadania, nº 02. Centro de Estudos de Segurança e Cidadania: Rio de Janeiro, 2004.

SOARES, Bárbara Musumeci, MUSUMECI Leonarda. Mulheres Policiais. Presença Feminina na Polícia Militar do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

DADOS DAS AUTORAS:

Heleni B. F. de Paiva Lino: Mestranda em Administração da Universidade IMES. Professora de Direito Constitucional e Direito do Trabalho UNIA.

Carla Cristina Garcia: Doutora em Ciências Sociais, com Pós dOutorado em Sociologia Política no Instituto Mora/México. Professora da Universidade IMES e PUC-SP

Priscila Ferreira Perazzo: Doutora em História. Professora do PMA da Universidade IMES

serviços

Ola, meus amigos.


Mais uma vez, venho pedir a todos, que votem conscientes, não vendam os seus votos.

Gostaria de aproveitar a oportunidade e pedir a todos que ainda não tem candidatos, que vote nos candidatos abaixo:

DEPUTADO ESTADUAL - MARCOLINO nº 13310

DEPUTADO FEDERAL - Profº CARLAO RAMIRO nº 1333

SENADORA - Marta nº 133

SENADOR - Netinho nº 650

GOVERNADOR - Mercadante nº 13

PRESIDENTE - Dilma nº 13

A todos que tiverem interesse em nos ajudar nesta campanha, por favor encaminhe este e-mail para sua rede de amigos.

Um forte abç e um otimo final de semana,



CD AUGUSTO

CRIAR UM LOGO

A TV POLICIA MODERNA
vai lançar um concurso para criar um logo ou marca com o tema "policia moderna"
participe.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Perito particular diz ter achado cabelo e pele


Folha de S.Paulo
A defesa de um dos acusados da morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, diz ter achado, em uma perícia particular, cabelos, restos de pele e possíveis manchas de sangue no sítio do jogador em Esmeraldas (região metropolitana de Belo Horizonte). O perito George Sanguinetti foi contratado pelos advogados do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. O perito já trabalhou nos casos Isabella Nardoni e PC Farias.
Segundo o advogado de Bola, Zanone Oliveira, a intenção da defesa é, em uma investigação paralela, "trilhar os passos" feitos pela polícia e apontar contradições. O resultado com detalhes do que foi coletado no sítio será divulgado em 20 dias.
Agora, a defesa quer que o perito analise o veículo Land Rover de Bruno, onde foi encontrado sangue de Eliza. Depois de trabalhar para Oliveira, Sanguinetti vai prestar serviços à defesa de Bruno e de outros seis acusados do crime. Eliza desapareceu em junho. Os suspeitos são réus em processo na Justiça, mas todos negam as acusações.

PM detém 27 supostos skinheads no Bexiga

Rafael Italiani e Folha.com

do Agora
Policiais militares de uma base na rua Abolição, na Bela Vista (região central de São Paulo), prenderam 27 jovens, supostamente skinheads, por desacato, ontem, por volta das 16h.
De acordo com a polícia, o grupo passou por uma base da PM e começou a xingar os policiais.
Segundo a corporação, o grupo carregava luvas com pregos, socos-ingleses e facas. Uma estudante de técnico em enfermagem de 19 anos, que não quis ter o nome divulgado, disse à reportagem que o grupo estava numa manifestação pacífica contra a militarização e contra o voto obrigatório.

PM é preso em roubo com arma de brinquedo

PM é preso em roubo com arma de brinquedo

William Cardoso do Agora
O policial militar temporário Fernando Barros de Santana, 21 anos, foi preso em flagrante anteontem ao lado do auxiliar de serviço Alan Cois Pereira, 18 anos, sob a acusação de ter participado de assalto a dois postos de combustível, ambos na região da Vila Formosa (zona leste de SP).
De acordo com a Polícia Civil, os acusados usaram uma arma de brinquedo para praticar o crime. Outros dois integrantes do bando fugiram e não tinham sido localizados pela polícia até a conclusão desta edição. O crime foi registrado no 41º Distrito Policial (Vila Rica), que procura os foragidos.
De acordo com o relato de testemunhas à polícia, o grupo usou uma Parati azul e uma moto preta para praticar os assaltos, por volta das 20h, na avenida João 23, perto do Cemitério de Vila Formosa.